AS CRÍTICAS DE NIETZSCHE AO PROGRESSO E AO TEMPO LINEAR
Tipo: | Dissertação de Mestrado |
Título: | AS CRÍTICAS DE NIETZSCHE AO PROGRESSO E AO TEMPO LINEAR |
Autor: | Coutinho, Tiago Rodrigues. |
Orientador: | Frezzatti Jr. Wilson Antonio |
Linha de Pesquisa: | Metafísica e Conhecimento |
Resumo: | Este trabalho tem por objetivo investigar, a partir da crítica de Nietzsche, a noção de progresso no tempo linear que remete a uma cosmologia teleológica, a partir de três autores que ele critica na sua obra, a saber: Santo Agostinho, Friedrich Hegel e Auguste Comte. Além de serem criticados, eles têm em comum a estrutura de seus pensamentos que são baseadas em noções metafísicas e postulam uma finalidade para vida, isto é, um telos. Começaremos no primeiro capítulo examinando o pensamento de Agostinho e sua noção de tempo progressivo linear, demonstrando a escala de valor que há da cidade terrestre para a cidade de Deus, que aponta para uma evolução do indivíduo rumo à cidade celeste, o céu. Ainda no primeiro capítulo, um segundo pensamento metafísico teleológico é o de Hegel e sua noção de progresso do espírito, caracterizado por uma evolução a um estado ideal, melhor ou mais aperfeiçoado e, desta forma, revela a estrutura metafísica cristã, prometendo um melhoramento contínuo da humanidade. E finalizando o primeiro capítulo, detalhamos o estado positivo de Comte e a progressão que parte de um nível inferior para um superior, que promete o melhoramento da sociedade a partir da ciência. Em todos esses pensamentos há uma finalidade, algo no fim que guia os indivíduos: podemos ver que no primeiro é o céu (Deus); no pensamento hegeliano, a razão; e no comtiano, a ciência. Todos apontam para um telos, retirando o indivíduo da vida, essas filosofias prometem a possibilidade da humanidade e do indivíduo progredir do estado de menor para o de maior perfeição. Tais noções são a base do segundo capítulo, pois será o da crítica de Nietzsche ao progresso. Essa noção, para ele, é apenas uma hipótese que estrutura as noções metafísicas. Destarte, veremos que essa crítica terá desdobramentos na falta de sentido, não há telos. Entretanto, a saída que Nietzsche explorará é que o sentido deve ser criado pelo próprio indivíduo: ele deve superar os ideais, buscando afirmar sua própria vida pelos seus atos. E, por fim, no último capítulo, ao desfazer essas noções teleológicas, ele estipulará uma superação das noções cosmológicas metafísicas, e essa forma de enfrentamento é criar a cada instante e afirmar o próprio sim. Evidenciaremos essa nova noção cosmológica que não retira o indivíduo da própria vida, e mais, o faz afirmá-la em cada instante, essa superação constante do devir é a vida que desemboca na maior afirmação que é o eterno retorno, isto é, a partir desse pensamento, no qual o tempo é cíclico, o indivíduo age de forma diferente a cada instante, pois entende como sendo eterna cada decisão, e além disso, prevê que toda as suas ações são feitas a partir de um sim legítimo e que a partir disso ele deseja e ama cada instante eternamente, um amor pelo seu destino que anseia por viver novamente, isto é, o amor fati. |
Palavras-chave: | Nietzsche; progresso; eterno retorno; amor fati; teleologia. |
Abstract: | This work aims to investigate, based on Nietzsche's critique, the notion of progress in linear time that refers to a teleological cosmology, focusing on three authors criticized in his work: Saint Augustine, Friedrich Hegel, and Auguste Comte. In addition to being criticized, they share the structure of their thoughts, which are based on metaphysical notions and posit a purpose for life, that is, a telos. We will begin in the first chapter by examining the thought of Augustine and his notion of linear progressive time, demonstrating the value scale from the earthly city to the city of God, pointing towards an evolution of the individual towards the celestial city, heaven. Still in the first chapter, a second teleological metaphysical thought is that of Hegel and his notion of the progress of the spirit, characterized by an evolution towards an ideal, better, or more perfected state, thus revealing the Christian metaphysical structure, promising a continuous improvement of humanity. Concluding the first chapter, we detail Comte's positive state and the progression from a lower to a higher level, promising societal improvement through science. In all these thoughts, there is a purpose, something at the end that guides individuals: we can see that in the first, it is heaven (God); in Hegelian thought, reason; and in Comte's thought, science. All point towards a telos, taking the individual out of life, these philosophies promise the possibility of humanity and the individual progressing from a state of lesser to greater perfection. These notions form the basis of the second chapter, as it will be Nietzsche's critique of progress. This notion, for him, is merely a hypothesis that structures metaphysical notions. Therefore, we will see that this critique will unfold in the lack of meaning, there is no telos. However, the solution Nietzsche will explore is that meaning must be created by the individual: they must surpass ideals, seeking to affirm their own life through their actions. Finally, in the last chapter, by undoing these teleological notions, he will stipulate a transcendence of metaphysical cosmological notions, and this form of confrontation is to create and affirm the yes at every moment. We will highlight this new cosmological notion that does not take the individual out of their own life; moreover, it makes them affirm it at every moment. This constant overcoming of becoming is life that culminates in the greatest affirmation, which is eternal return. In this thought, where time is cyclical, the individual acts differently at every moment, as they understand each decision to be eternal, and furthermore, they foresee that all their actions are made from a legitimate yes, and from this, they wish and love each moment eternally—a love for their destiny that longs to live again, that is, amor fati. Keywords: Nietzsche; progress; eternal return; amor fati; teleology. |
Temas: |
1. Nietazche, Friedrich Wilhelm, 1844-1990 – Amos fati. 2. Progresso. 3. Eterno Retorno. 4. Teologia. |
Língua: | Português |
Citação: |
Coutinho, Tiago Rodrigues. As críticas de Nietzsche ao progresso e ao tempo linear/Tiago Rodrigues Coutinho. – Maringá, Pr, 2023. 103 f. |
Data: | 2023 |
Arquivo: | AS CRÍTICAS DE NIETZSCHE AO PROGRESSO E AO TEMPO LINEAR |
Repositório | UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGA |